domingo, 2 de dezembro de 2007

Principais opções para lutar contra o aquecimento global - AFP




Economias de energia, taxas sobre o CO2 ou estocagem em profundidade do carbono são algumas das idéias dos especialistas para combater o aquecimento global.



Seguem as principais opções para limitar as emissões de gás de efeito estufa, apresentadas por ordem de viabilidade: - Melhorar a eficiência energética no setor da construção (normas de construção mais severas, sistemas de calefação e climatização mais sóbrios), na indústria (incentivos fiscais, certificados de emissão de CO2 e mercados de cotas) e nos transportes (reforçar as restrições de emissão de CO2 para os veículos, incentivar os transportes públicos).

- Incentivar as energias renováveis (eólica, solar, geotérmica e outras energias limpas) através de subsídios para torná-las mais competitivas em relação às fósseis. Os membros do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (Giec) consideram que com um preço de entre 20 e 100 dólares por tonelada de CO2, as energias renováveis poderiam representar 30% a 35% do fornecimento em eletricidade daqui a 2030.

- Desenvolver os biocombustíveis. A União Européia (UE) decidiu em março que os biocombustíveis deverão obrigatoriamente representar pelo menos 10% do consumo total de gasolina nos transportes daqui a 2020, contra 1% hoje.

Esta solução perdeu parte de seu interesse com a subida dos preços agrícolas. O desenvolvimento de biocombustíveis de primeira geração (a partir de culturas destinadas à alimentação) entra em concorrência direta com a utilização das terras para alimentar o planeta. A segunda geração de biocombustíveis, fabricados a partir de plantas não-alimentares, como grama ou algas marinhas, ainda não está pronta.

- Modificar a fiscalidade diminuindo os subsídios às energias fósseis (petróleo, gás e carvão) e impondo uma taxa sobre o carbono: quanto maior será o preço do carbono, mais os utilizadores de energias fósseis se voltarão para tecnologias e modos de consumo diferentes.

- A captação e a estocagem do CO2 tem como objetivo captar e enterrar as emissões das grandes instalações industriais. Segundo os especialistas, esta tecnologia poderia contribuir significativamente para reduzir as emissões daqui a cerca de 20 anos. No entanto, a tecnologia ainda está em sua fase experimental, e os riscos a longo prazo não são conhecidos.

- A energia nuclear é uma das tecnologias que permite reduzir as emissões, considera o Giec. Porém, segundo os números da Agência Internacional da Energia (AIE), a percentagem do nuclear no fornecimento energético mundial - 6,4% em 2004 - deveria chegar no máximo a 6,9% em 2030.

- As tecnologias de geo-engenharia, como a fertilização dos oceanos para captar mais CO2 ou a instalação de pára-sóis gigantes na estratosfera, seguem sendo "hipotéticas", consideram os especialistas do Giec em seu último relatório.


AFP

PT coleta assinaturas de apoio a plebiscito sobre reforma política - Agência Brasil




O Partido dos Trabalhadores (PT) está aproveitando a mobilização de seus filiados, durante a eleição para a escolha do seu novo presidente, para coletar assinaturas de apoio a um projeto de realização de um plebiscito. O objetivo da consulta popular é decidir se a reforma do sistema político brasileiro deve ou não ser feita por uma Assembléia Constituinte exclusiva.

O projeto propõe a convocação de um plebiscito para o dia 31 de janeiro de 2009, quando os brasileiros deverão responder à seguinte pergunta: "O sr (a) aprova a convocação de uma Assembléia Constituinte soberana e específica, para promover uma reforma constitucional no Título IV da Constituição Federal, que redefina o sistema político-eleitoral?".

Para que esse projeto de iniciativa popular seja apresentado no Congresso Nacional são necessárias as assinaturas de, pelo menos, 1% do eleitorado, ou seja, cerca de 1,3 milhão de pessoas acima de 16 anos de idade, de pelo menos cinco estados brasileiros. Todas as adesões devem obrigatoriamente ser acompanhadas de nome completo, endereço e número do título de eleitor.

Alcançado o número mínimo de assinaturas, o projeto será encaminhado à Câmara dos Deputados, por onde é iniciado o processo de tramitação legislativa de todas as matérias encaminhadas ao Congresso Nacional (exceto as propostas de iniciativa dos senadores, que começam pelo Senado Federal).

Segundo o secretário nacional de organização do PT, Romênio Pereira, responsável pela apuração da eleição realizada hoje (2), depois de coletadas as assinaturas dos filiados, o intuito é ampliar a proposta de realização do plebiscito para a sociedade e, assim, tentar alcançar as mais de 1,3 milhão de assinaturas necessárias ao encaminhamento de realização do plebiscito em 2009.

Pereira acredita que, no partido, o apoio será "mais do que majoritário", porque o tema vem sendo discutido há algum tempo, além de ter sido "uma pauta constante em 2007".


Ele negou que o objetivo seja fazer uma reforma constitucional na área política, que pudesse sugerir um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que essa idéia é defendida "apenas por uma parcela muito pequena dentro do partido".

Os pontos principais, defendidos pelo PT em uma reforma política ampla, segundo Pereira, são o financiamento público das campanhas políticas, a exigência da fidelidade partidária e o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais (deputados federais e estaduais e vereadores).

Cidadão vai poder opinar sobre a programação da TV Brasil - Agência Brasil




A programação da TV Brasil, que entrou no ar hoje (2), ao meio dia, será submetida a consultas e debates públicos para que, em março de 2008, tenha uma cara nova, baseada na opinião e na avaliação dos cidadãos. Foi o que explicou a diretora de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Helena Chagas.


O primeiro programa veiculado foi o Revista Brasil Especial, que terá quatro edições ao longo do dia, debatendo o conteúdo a ser apresentado pela nova emissora.

Além do Revista Brasil, a grade desse domingo conta com programação infantil, documentário com o cantor Paulinho da Viola, comentário sobre os gols da rodada e o esporte na TV pública e filmes. A programação completa pode ser conferida no site www.tvbrasil.org.br.

Amanhã (3) será o primeiro dia da programação unificada da TV Nacional e da TVE. Às 21h, estréia o Repórter Brasil, o telejornal unificado das duas redes, e a grande novidade da TV Brasil. Helena Chagas afirmou que a intenção do jornal é fazer algo diferente. "A idéia é que o Repórter Brasil seja, de fato, um jornal nacional, como acho que não temos hoje em dia".

A diretora de jornalismo da EBC disse que a nova emissora ainda não tem condições técnicas para atingir todos os estados, mas a meta é chegar a um jornal que possa ser feito de qualquer parte do Brasil, onde o fato estiver acontecendo. "Queremos que o Brasil inteiro faça e se veja nesse jornal".

Aos poucos, serão incorporados novos programas. Segundo Helena Chagas, a TV Brasil terá muita programação de produção independente e regional. "Tudo isso vai sendo agregado à grade para que em março a gente chegue com uma cara diferente."

Prostituta doa R$ 9,5 mil a Teletón após leilão - Redação Terra




A prostituta chilena que havia prometido doar 27 horas de trabalho para uma campanha beneficiente do país colocou em seu site pessoal neste domingo o comprovante de pagamento para o Teletón após uma espécie de leilão virtual que ela mesmo organizou.
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O valor de 2,7 milhões de pesos chilenos (aproximadamente R$ 9,5 mil foi doado à campanha deste ano para arrecadar recursos em favor das crianças portadoras de deficiências físicas do Chile. "Quero somar a maior quantia possível para doar às crianças", disse a jovem María Carolina antes do leilão ter sido encerrado.

O Teletón superou o seu recorde histórico neste final de semana, arrecadando 13,2 bilhões de pesos chilenos, uma quantia equivalente a R$ 46,6 milhões. O encerramento da campanha, que é transmitido pela tevevisão, foi acompanhado por milhares de chilenos e contou com a presença de celebridades do país.

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2119003-EI8140,00.html

Tráfico tem plano de aposentadoria para chefões - Agência O Dia




Tráfico tem plano de aposentadoria para chefões


Em dois levantamentos feitos pela ONU, em 1991 e 2002, Acari apresentou o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio de Janeiro, com números comparáveis aos das nações africanas mais pobres. Para os quase 40 mil habitantes do complexo de favelas do bairro, ao lado das precárias condições de saneamento, moradia, educação e saúde, resta um paradoxo: a convivência com uma das bocas-de-fumo mais rentáveis da cidade. São 100 Kg de cocaína por mês, segundo investigações da Polícia Civil, negociados em moldes empresariais, gerando faturamento de R$ 2 milhões mensais e que inclui até uma espécie de plano de previdência social, que cuida da "aposentadoria" dos chefões.
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Trata-se de uma "aposentadoria" que não prevê 35 anos de tempo de serviço. Um dos beneficiados, Carlos Eduardo Sales Cardoso, o Capilé, obteve, por exemplo, o benefício ano passado, aos 26 anos. Era o gerente-geral das bocas-de-fumo da favela. Juntou seus lucros (a polícia fala em R$ 1 milhão) e fugiu, deixando seu lugar para o traficante Abelha.

Mais um ano se passou e terminou o novo "mandato". No próximo dia 15, uma grande festa está prevista para marcar a saída. Com o que conseguir arrecadar, ele também terá o direito de abandonar a vida criminosa na favela.

"Trocar o comando foi a maneira encontrada por Derico de dar oportunidade a todos e, principalmente, evitar que alguém concentrasse poder por muito tempo", explica um inspetor da Polinter, que há seis meses investiga a quadrilha.

Derico é Alberico de Azevedo Medeiros. Preso em agosto de 2004, em Maringá, Interior do Paraná, ele foi absolvido e, convertido à fé evangélica, deixou Bangu 1 em março do ano passado. Depois, passou a acompanhar o pastor Marcos Pereira da Silva em cultos do líder da Assembléia de Deus dos Últimos Dias.

O novo gerente
A filosofia implantada por Derico se espalhou. Em seu outro antigo reduto, o vizinho Conjunto Amarelinho, o primeiro a ganhar a "aposentadoria" foi Washington Luís de Oliveira Rimas, o Feijão. O bandido mudou-se para Salvador e, na capital baiana, tentou virar empresário. Comprou imóveis e até um táxi, mas acabou preso pela equipe do delegado Ronaldo Oliveira, na época à frente do Serviço de Repressão a Entorpecentes da Baixada.

O Amarelinho, hoje, é controlado pelo bandido conhecido como Boca. Em Acari, o candidato único para o "cargo" está escolhido: Fia.

Foguetório para troca de refúgio
As punições para quem descumpre as regras da "empresa" quase sempre são pagas com a vida. Nenhum traficante pode passear fora da favela sozinho, temendo que alguém seja pego pela polícia e se transforme em informante. Eles, então, saem em grupos e praticamente só freqüentam bailes de comunidades dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Outra tática para evitar ser preso em casa é a mudança de local para dormir. Quase toda noite, às 4h30, um foguetório indica que todos devem trocar de esconderijo.

Os plantões são de 24 horas, divididos por equipes de oito "vapores". As cargas de 2.600 sacolés ficam na responsabilidade de cada gerente. Todos faturam alto. Um deles, Herbert da Silva Santos, o Marrom, foi preso no último dia 22 pela DRFC. Gerente da localidade conhecida como Coroado, ele admitiu que chegava a embolsar R$ 8 mil mensais. "Um vapor consegue ganhar R$ 4 mil, às vezes R$ 6 mil", contou o rapaz de 24 anos, no tráfico desde os 12.

Um arsenal de cerca de 200 fuzis faz de Acari uma das mais bem armadas quadrilhas do Rio. "Essa obsessão por armas foi disseminada pelo Robinho Pinga (Robson André da Silva) em todo o TCP. Acari, apesar de não adotar a política do confronto com a polícia, tem muita arma", diz um inspetor da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae).

Proibido roubar carro e carga
Na "empresa do pó" implantada dentro de Acari existem regras básicas. Não roubar é a principal delas. Hoje comandando a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Ronaldo Oliveira lembra que a quadrilha local não contribui em nada para o índice da região da Pavuna ser um dos mais altos da cidade em termos de ataques a motoristas. "Nossas investigações indicam que eles não roubam carros. É uma política para evitar a presença da polícia dentro da favela", afirma.

Diretor da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), Marcus Vinícius Braga confirma o que diz Oliveira: "Eles sabem que se levarem um caminhão pra lá, nós vamos atrás deles".

Com essa política - adotada desde os anos 80 -, Acari ficou longe do foco da polícia ao longo de 2007. E para evitar as tentações, então, os bandidos resolveram sortear carros. A cada 15 dias, alguém da quadrilha ganha um. O último foi um Gol prata, devidamente colocado em nome de parente.

"Eles são comerciantes de droga. A cada três meses um matuto (fornecedor conhecido como João) coloca 300 Kg de cocaína lá dentro. E sem a polícia por perto, eles vão enriquecendo", atesta o agente da Polinter.

Transformar um quilo de cocaína em três - a média das favelas é misturar para obter seis - fez Acari atrair viciados de toda a cidade. E a política não é nova. Em 1990, uma operação da polícia chegou a prender 250 usuários em uma fila na comunidade.

Era o tempo de Darcy da Silva Filho, o Cy de Acari, um dos maiores fornecedores de drogas da época e o mentor desse império de entorpecentes. Quando foi preso, ele deu lugar a Jorge Luiz dos Santos, que manteve a postura assistencialista. Apesar da guerra interna que deixou 20 mortos em 1994, evitava os confrontos com a polícia e distribuía comida e presentes aos moradores. Após sua morte, seu filho adotivo, Derico, assumiu o controle com mãos de ferro e investiu no reforço do arsenal.

O Dia

EUTANÁSIA - Italiano mata mulher a tiros em hospital -BBC Brasil




Um italiano de 77 anos de idade foi preso depois de ter matado sua mulher a tiros, em uma cama de hospital, na Itália. A polícia da cidade de Prato, na região da Toscana, disse que o homem deu três tiros em sua mulher, de 82 anos, que sofria de mal de Alzheimer, em frente a funcionários do hospital.
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Segundo o jornal italiano La Stampa, o homem contou à polícia ter cometido o crime porque não aguentava mais ver a mulher sofrer. A mulher dele havia sido diagnosticada com Mal de Alzheimer - uma doença degenerativa e irreversível, que causa demência e, eventualmente, a morte - oito anos atrás.

Estima-se que entre 2% e 5% das pessoas com mais de 65 anos e até 20% das pessoas com mais de 85 anos sofram da doença. O homem, cujo nome não foi revelado pela polícia, entrou na enfermaria em que sua mulher estava sendo tratada por volta das 17h30 de sábado, hora local, segundo o jornal.

Ele então sacou o revólver e atirou contra ela, duas vezes na cabeça e uma vez no peito. Depois disso, ele colocou a arma num canto e aguardou a chegada da polícia, publicou o jornal.

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2118604-EI8142,00.html

terceiro caso de jovem presa e colocada em uma cela com homens -




Um movimento ligado à defesa de mulheres no Pará denunciou, nesta quinta-feira (22), um terceiro caso de jovem presa e colocada em uma cela com homens.



A denúncia surgiu em Tucuruí. A governadora Ana Júlia Carepa (PT) disse que esses casos não irão se repetir e que está concluindo a construção de delegacias para receber mulheres.Já a família da menina de 15 anos, detida e deixada em uma cela com 20 homens, cujo caso detonou uma crise na Polícia Civil de Abaetetuba, foi incluída, por segurança, no programa de proteção a testemunhas. A cada dia, surge uma nova denúncia de mulheres que dividem cela com homens no Pará. Em Tucuruí, um movimento de mulheres afirma que é comum presas serem colocadas junto dos homens. “Nós queremos que as nossas mulheres paguem para a sociedade o que elas devem, mas com dignidade”, disse Maria Valente, coordenadora do movimento. Uma mulher, que não quer se identificar e que diz estar grávida de cinco meses, contou que passou duas semanas presa por tentativa de homicídio. “Sempre com homens”, afirmou. Em Parauapebas, mulheres também têm dividido celas com homens, de acordo com um promotor. Na quarta-feira (21), uma delas foi transferida para outra cadeia. “Já tivemos outros casos”, disse.

Ameaças


O pai da garota de 15 anos que ficou na mesma cela com 20 homens, em Abaetetuba, diz que foi ameaçado pela polícia para forjar uma certidão de nascimento falsa para a filha. A adolescente confirmou à Corregedoria da Polícia Civil que sofreu abuso sexual e que era obrigada a manter relações com os presos em troca de comida. “Ela confirmou que em determinado momento recebeu essa proposta. Em princípio, não aceitou. Posteriormente, teve que aceitar por conta da fome”, afirmou Maria Pereira, corregedora-geral da Polícia Civil do Pará. A certidão de nascimento da menor prova que ela tem 15 anos. Nesta quinta, o pai biológico da menina procurou a Corregedoria da Polícia Civil. Ele disse que três policiais o ameaçaram. “Se eu não cooperasse, poderia ser preso”, afirmou o lavrador.


Investigação


O delegado-geral Justiniano Alves Jr promete investigar. “Isso é grave. Vamos chamar, ouvir o pai. Se algum policial estiver fazendo isso vai responder civil e penalmente”. Por conta da repercussão do caso e por segurança, a família da adolescente foi incluída no programa de proteção a testemunhas.


Governadora


A governadora do Pará, Ana Júlia, não respondeu se conhecia a prática de que mulheres eram colocadas em celas com homens. Ela prometeu que o caso não irá se repetir. “Determinei, através de decreto, que se estiver numa prisão em flagrante, seja menor, seja mulher, tem que seguir o Estatuto da Criança e do Adolescente. No caso das mulheres cela com condição digna, e, se não tiver, que comunique ao juiz pedindo transferência para outra comarca ou município.” Ana Júlia afirmou ainda que o estado terá celas para mulheres no futuro. “Como as nossas delegacias não estão todas prontas, o projeto é que as delegacias que vamos inaugurar tenham locais adequados para mulheres”.

Deputados recebem vídeo com cenas de violência no Pará - http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL198570-5598,00-DEPUTADOS+RECEBEM+VIDEO+COM+CENAS+DE




Vídeo mostra cenas de uma jovem sendo violentada por detentos.
Conselho Tutelar deve analisar imagens para identificar a vítima.



A Comissão da Câmara dos Deputados comunicou, nesta quinta-feira (29), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará a existência de um vídeo que mostra cenas de uma jovem sendo violentada por detentos. Os parlamentares visitam o Pará para apurar as denúncias de abusos sexuais sofridos por uma jovem que ficou presa em uma cela com 20homens em Abaetetuba.
De acordo com Valena Mesquita, conselheira da OAB-PA, a comissão apreendeu o aparelho celular em que foram feitas as imagens. Os parlamentares devem solicitar ao Conselho Tutelar que identifique se a jovem que aparece nas imagens é a mesma que ficou por um mês detida com 20 homens.
A presidente da OAB-PA, Ângela Sales, defendeu nesta quinta-feira o afastamento de todos os policiais civis do município de Abaetetuba. "Vou pedir a cabeça de todos os policiais civis envolvidos em qualquer tipo de exploração sexual de menor no âmbito da Polícia Civil e qualquer violação de direitos humanos por divisão de cela mista seja adolescente, seja mulher, seja portadores de deficiência, aqueles que nós temos o dever de proteger prioritariamente em qualquer município do Pará", afirmou.
Detentas. A comissão ouviu nesta quinta-feira relatos de dententas no estado. Os depoimentos aconteceram na sede da OAB-PA, em Belém. Na sexta-feira (30), mais detentas serão ouvidas. Na parte da manhã, a comissão e a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público do Estado estiveram no Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, para uma vistoria nas dependências da casa penal. Valena disse que foram constatadas péssimas condições no centro. "O CRF tem que ser interditado. Não existem condições mínimas para as presas, lá tudo é precário", afirmou. Segundo a conselheira, o principal motivo para os depoimentos acontecerem na sede da OAB é o fato de o local ser um território neutro. "As presas se sentem ameaçadas pela direção e pelas agentes e temem falar à comissão estando no mesmo lugar que essas pessoas", afirmou. Ainda de acordo com ela, os membros da comissão chegaram a presenciar as ameaças às detentas no momento da vistoria na manhã desta quinta-feira. "Existem duas alas no CRF, que são contêineres que viraram celas. As presas que ficam nessas celas, que são gradeadas na parte de cima, foram ameaçadas pelas agentes, na nossa frente, para que não falessem nada à comissão", disse. Ainda segundo a conselheira, esse modelo de celas em contêineres foi importado do Rio Grande do Sul. "O problema é que esse modelo serve para lugares com outro clima, diferente do Pará. Nós entramos nessas alas e é um calor infernal, não tem condições de abrigar detentas", afirmou. Após os depoimentos, a comissão deverá encaminhar um relatório cobrando providências do Sistema Penal, Secretaria de Segurança Pública e Defensoria Pública. Este último órgão receberá o documento porque algumas presas afirmaram não ter advogados e que não há mutirão do órgão no CRF há alguns anos.

Homem que diz ser "vampiro" é preso em São Paulo - Cícero Affonso




http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2054672-EI5030,00.html


O místico Vandeir Máximo da Silva, 27 anos, que se autodenomina Vampiro e usa o codinome de Wlad Hacamia, foi preso nesta quarta-feira, em Presidente Prudente (565 Km a oeste de São Paulo). Ele é acusado de aliciar jovens e morder seus pescoços para que eles se tornem "seres da noite". Mais de 15 jovens com idades entre 13 e 16 anos já teriam sido mordidos.
» Polícia ouve jovens sobre "vampiro"
» Polícia procura "vampiro" em SP
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Segundo a polícia, Wlad estaria aliciando os adolescentes para que participassem da seita "Legião de Salvadores do Mundo", em que ele promete aos jovens poderes sobrenaturais como a imortalidade, pois os transformaria em anjos dotados de asas, que seriam vampiros e guardiões de cemitérios.

O suspeito teria abordado os adolescentes em um shopping da cidade e nas imediações de algumas escolas. Ele convidaria os jovens de ambos os sexos para reuniões na praça das Cerejeiras que fica no Jardim Icaray, em Prudente.

Ontem, o delegado Dirceu Gravina, titular do 4º Distrito Policial de Presidente Prudente ouviu diversos adolescentes que tiveram contato com o místico. Gravina explicou que os adeptos desse grupo, na sua maioria, praticam a psicosexopatia denominada vampirismo. "Nesse caso, a satisfação da libido é alcançada ao sentir o sangue de outra pessoa", disse.

ONG Greenpeace é proibida de sair do Pará com árvore - Sílvia Freire




18/10/2007 - 10h10
ONG Greenpeace é proibida de sair do Pará com árvore



Uma carreta do Greenpeace transportando uma castanheira de 13 metros foi retida anteontem por assentados rurais da localidade de Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira (cerca de 1.800 km de Belém), no Pará, e oito integrantes da ONG não puderam deixar a cidade.

Os manifestantes cercaram o caminhão e mais um veículo dos ambientalistas, que conseguiram escapar do cerco e obter refúgio em um posto do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os ativistas só conseguiram deixar Castelo dos Sonhos no final da tarde de ontem, após mais de um dia de negociações. O tronco da castanheira ficou na cidade.

O Greenpeace tinha autorização do Ibama para retirada da árvore, que já estava caída e parcialmente queimada. A castanheira seria usada na exposição "Aquecimento Global: Apague Essa Idéia", que acontecerá em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ontem, o Ibama anulou a autorização, para evitar o agravamento do conflito entre ativistas e assentados.

Segundo Isabel Oliveira, uma das lideranças do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Brasília, em Castelo dos Sonhos, os agricultores ficaram revoltados porque o Greenpeace retirou a árvore do assentamento, enquanto os agricultores estão impedidos judicialmente de usar a área para a agricultura familiar. Há dois meses, a Justiça Federal interditou 99 assentamentos no Pará.

"Somos contra o desmatamento. Queremos regularizar a área e usar 20% dela para agricultura", disse Oliveira. Para o Greenpeace, os assentados são liderados por madeireiros.



http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u337694.shtml

Mercenários - A privatização da guerra - Carlos Reis




Os mercenários actuais poucas semelhanças têm com os do passado, mesmo recente. Profissionais organizados e contratados por empresas privadas, só partilham com os antigos soldados da fortuna uma característica:

aproveitam-se das necessidades de segurança em zonas de guerra e instabilidade para ganharem o mais possível.

A Convenção de Genebra de 1949, que proíbe o uso de mercenários, define-os como «pessoas recrutadas para um conflito armado por um país que não é o seu e movidas apenas pelo ganho pessoal». Os responsáveis das empresas militares privadas garantem não se envolver em combates e apenas fornecer serviços militares a Governos legítimos e reconhecidos internacionalmente. Garantias insuficientes para a relatora especial das Nações Unidas sobre o uso de mercenários, Shaista Shameen, que em Março afirmou que «a multiplicação de empresas militares privadas diluiu a eficácia das leis nacionais e internacionais». A relatora da ONU encorajou mais países membros das Nações Unidas a aderirem à Convenção Internacional Contra o Recrutamento, Uso, Financiamento e Treino de Mercenários.
No Iraque, um contingente de dez mil militares privados faz dos mercenários o segundo exército no teatro de operações, logo depois do norte-americano e à frente do britânico. Segundo o diário inglês The Guardian, a percentagem de militares contratados em território iraquiano é dez vezes superior ao que era na Guerra do Golfo, em 1991. Nessa altura, para cada militar privado havia 100 soldados do Exército, actualmente, essa relação é de um para dez.
Este investimento em mercenários é uma das tendências da guerra moderna, concebida pelos ideólogos da administração Bush. A estratégia dos neoconservadores norte-americanos procura atenuar o impacto sobre a opinião pública da morte dos seus militares e, por outro lado, baixar os custos financeiros da guerra. Mercenários nepaleses, bengalis ou latino-americanos custam menos e a sua morte provoca menos ondas.

Empresas guerreiras

A empresa Halliburton (que teve como vice-presidente Dick Cheney, ex-secretário de Defesa norte-americano) é apontada como a grande recrutadora de mercenários, visando a defesa dos interesses corporativos dos Estados Unidos no Iraque. Os salários destes «militares privados» podem ir dos 130 aos 9000 euros por mês, valor auferido quando são recrutados na América entre os ex-membros de forças paramilitares, portanto já com baptismo de fogo nas lutas internas latino-americanas. O general Rafael Samudio, presidente da Associação Colombiana de Oficiais na Reserva, orgulha-se de o seu país «ter condições de fornecer pessoal bem capaz, já que as Forças Armadas Colombianas lutam contra os rebeldes, nas montanhas e selvas, há 40 anos».
Dos 87 milhões de dólares que os Estados Unidos destinaram, em 2003, para a campanha iraquiana, a Ásia Central e o Afeganistão, um terço, ou seja, 30 mil milhões, destinaram-se ao pagamento a empresas militares privadas. Peter Singer, analista da Brookings Institution e autor do livro Corporate Warriors (Guerreiros das Corporações), calcula que as empresas militares privadas movam em todo o mundo cerca de 100 mil milhões de dólares. Um estudo, realizado em 2002 pelo International Consortium of Investigative Journalists, identificou 90 empresas militares privadas, quase todas norte-americanas, britânicas ou sul-africanas, que estariam a operar em 110 países.

Privatização da paz?

À semelhança da administração norte-americana, também o Governo britânico estuda a contratação de mercenários, desta feita para missões de paz. Um documento recente, preparado para o Ministério das Relações Exteriores, afirma que empresas privadas de boa reputação podem ser capazes de realizar missões de paz de uma forma mais eficiente do que os capacetes azuis da ONU. O ministro da pasta, Jack Straw, escreve no prefácio do estudo que «um sector militar privado forte pode ajudar as Nações Unidas a responder a crises com maior rapidez e eficiência».
O documento afirma ainda que, com as mudanças que estão a ocorrer, a prestação de serviços militares por empresas privadas é uma actividade que tende a crescer. Por esse motivo, os autores dizem ser desejável tentar distinguir entre as várias empresas do sector. Como exemplo, o estudo aponta que algumas empresas privadas, quando actuam em África, demonstram mais respeito pelos direitos humanos do que os próprios Governos nacionais. «O mundo actual é muito diferente do dos anos 60, quando a actividade militar privada se caracterizava pela intervenção de mercenários, de um tipo difícil de aceitar, nos conflitos coloniais e pós-coloniais», afirma Jack Straw.
Mas o parlamentar Andrew Mackinlay qualificou a ideia de «repugnante», por considerar que a contratação de mercenários para integrar as forças de manutenção da paz representaria «uma abdicação das responsabilidades dos Governos e das agências que defendem os elevados ideais da ONU». O analista Peter Singer afirma que, pela primeira vez na história do moderno Estado-nação, os governos estão a ceder aquele que é um dos principais atributos do próprio Estado: o monopólio sobre o uso legítimo da força.

O castigo de Thatcher

A acção das empresas de segurança e planeamento operacional decorre num verdadeiro vácuo jurídico, embora formalmente seja enquadrada pela Convenção de Genebra, de 1949. Os mercenários têm treino, armas e actuam frequentemente em instalações militares, o que implica envolvimento directo no conflito. Já as empresas especializadas escondem-se habitualmente numa rede fantasma, com múltiplas conexões, empresas subsidiárias, filiais e subcontratações.
Muitos dos profissionais contratados cometem atentados contra os direitos humanos, ou são deles vítimas pelas condições em que foram levados a envolver-se no conflito. Mas se os há, torna-se difícil saber a quem pedir responsabilidades – se ao país de alistamento, ao país da empresa contratante, à cadeia de comando militar ou ao país hospedeiro.
Com o recrutamento destes soldados corporativos a ser feita entre paramilitares ou guerrilheiros, grupos definidos como terroristas, Adam Isaacson, do Center for International Policy, alerta que «se recruta ex-terroristas para proteger pessoas e bens contra terroristas». Pode também acontecer que estes combatentes a soldo participem em conflitos condenados pelos seus países.
Os incidentes com mercenários sucedem-se. Um dos mais embaraçosos ocorreu em Março do ano passado, com as autoridades do Zimbabué a deterem 70 mercenários que, alegadamente, se preparavam para participar num golpe de Estado na Guiné Equatorial. Envolvido na operação, Mark Thatcher, filho da ex-primeira-ministra britânica, foi condenado a quatro anos de prisão por ter violado a lei que proíbe qualquer participação em actividades mercenárias e por financiamento de um golpe de Estado contra o presidente Teodoro Mbasogo. Na altura, o Conselho Executivo da União Africana pediu à Comissão da UA que tomasse «todas as medidas necessárias com vista a achar uma solução global para o fenómeno do mercenarismo no continente». Iniciativa privada para alimentar ainda mais guerras? Como se à África não lhe chegasse e sobrasse os combatentes «oficiais» que as fomentam um pouco por todo o lado.

Ofício milenar
O antigo Egipto (3100 a. C.-232 a. C.) já utilizava mercenários líbios para guardar as suas fronteiras. Da mesma forma, na Grécia antiga (1550 a. C.-529 a. C.) inúmeros combatentes estrangeiros incorporavam-se nos exércitos das cidades, enquanto os próprios gregos prestavam serviços ao império persa. Cartago testemunhou uma terrível revolta dos seus mercenários (241 a. C.-238 a. C.). Com a Revolução Francesa (1789) considera-se que cada cidadão deve lutar pela sua pátria e que é desonroso servir outro país. É o princípio do declínio dos soldados de aluguer.
Somente na segunda metade do século XX, após o fim dos impérios coloniais em África, os mercenários reaparecem em pleno nos campos de batalha. Nos anos 90, a intensificação das actividades mercenárias em todos os continentes é, em parte, um efeito do aumento no mercado da oferta de «mão-de-obra», libertada pelo fim da Guerra Fria e do regime do apartheid. Trata-se de uma reconversão dos ex-soldados do Pacto de Varsóvia e da África do Sul que, hoje, vendem os seus serviços a multinacionais.


http://www.combonianos.pt/htmls/EEyEFFAlklyGLwCAbC.shtml

Uma reflexão sobre o sistema carcerário Brasileiro e os Direitos Humanos




Marina Castro
Estudante de Direito - Unieuro - Brasília



O sistema carcerário, em especial o sistema brasileiro expõe as pessoas a situações cada vez mais desumanas. Diante dos depoimentos da delegada que executou a prisão da menor e do ex-diretor geral da polícia Civil do PA - Raimundo Benassuly, podemos refletir mais uma vez sobre a justiça no Brasil e os Direitos Humanos. Os detentos e os responsáveis pelo cumprimento da lei, convivem com a impunidade tanto de quem comete um pequeno delito, quanto de quem comete a monstruosidade de atirar uma adolescente dentro de uma cela junto com vinte vítimas da desigualdade social e dos nossos preconceitos mais baniveis.
O cidadão de bem que muitas vezes teme a polícia por seu despreparo técnico, intelectual e pelos diversos exemplos midiaticos presentes em nossa realidade, a polícia, que mais uma vez exercita a prática da execução dos Direitos Humanos no país onde “não é admitida a pena de morte” todos perplexos diante do fato que nos permite interrogarmos nossas consciências, dentro do nosso senso comum no que se refere ao conhecimento da lei:
- O que leva um ser humano a se eximir da responsabilidade por ter atirado uma menina às feras do nosso sistema, colocando-a em uma cela junto vinte outros presos?
- Talvez a mesma frieza que também nos permite, como desconhecedores da lei, usarmos nossos preconceitos para desintegrarmos os presos e os menores infratores ao lixo sub-humano, para continuarmos vivendo em paz, dentro das nossas prisões de luxo, condomínios cercados de grades, casas cercadas de cercas elétricas.
Poderíamos então aproveitarmos o fim do expediente das nossas consciências e nos indagarmos também, sobre o afeto nas relações sociais e sobre a imparcialidade dos agentes públicos diante do conflito com os Direitos Humanos, analisando o provável ser humano em suas horas de pessoa comum, pronunciando-se em declaração dada a uma emissora sobre os motivos que a teriam levado a adotar a “conduta de uma delegada”:
““Tenho consciência que naquele momento ela seria colocada no local que não era adequado pra ser conduzida. Que eu acho que ela poderia sofrer? Poderia. Acho que não é certo? Não. Mas a minha conduta enquanto delegada de polícia não me dá respaldo pra que eu decida se aquela situação é justa, se a situação é humana, se a situação é desumana” - declara Flávia Verônica Pereira, delegada que prendeu a adolescente de 15 anos em Abaetetuba, nordeste do Pará. Confirmando que sabia que a menor seria colocada numa cela masculina.
Ou ainda irmos mais a fundo com a declaração de Raimundo Benassuly, ex- diretor-geral da Polícia Civil – PA.
“Acredito que essa moça... ela tem com certeza algum problema, alguma debilidade mental, porque em nenhum momento ela se manifestou a sua maioriadade... A sua menoridade”.
E por fim fazermos um estudo comparado sobre o senso comum e a elite dos conhecedores da lei tomando como ponto de partida a declaração da mãe da adolescente:
“Doido é eles, ele são doidos, porque eu acho que eles não estavam tento noção do que estavam fazendo com a minha filha”.
Ou ainda concordarmos com Michel Foucault em suas Reflexões sobre A História da Loucura:
“Não é nosso saber que se tem de interrogar a respeito daquilo que
nos parece ignorância, mas sim essa experiência a respeito do que
ela sabe sobre si mesma e sobre o que pôde formular com relação asi própria.”
(Foucault, 1997: 83).

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Renata - Claraflor

RENATA
Por: Claraflor
Junho 2007


Ingrata é a covardia que aqueles olhos bêbados
cometeram contra a ingenuidade de quem não esperava.
Foi meu ombro acolher a dor
que te amedrontava trazendo tantas hipoteses
do que aconteceria na mesa de cirurgia,
veio o teu beijo com gosto de podridão mental ...
não quero mais o teu sorriso;
não quero mais as tuas confidências;
não quero mais nada teu!
Estou ferida pelo beijo
que me empurrou sobre a porta do banheiro
e traiu nossa amizade...
Vejo meus olhos no espelho
com cor de ressaca moral...
Não sei odiar...
anda amo a ingratidão da tua alma louca
e fiel aos tantos segredos que trocamos
em noites de bebedeira nos bares da vida
não posso imaginar
os cacos da minha face
espalhados no chão
quando o abraço e o sorriso
que sempre correram na frente
pra chegar primeiro em você
correrem disfarçando o que não sei o que é
não sei quem sou
não sei o que sou agora
e sempre que o gosto dos lábios da minha melhor amiga
volta ao meu pensamento...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

CINCO HORAS INDIGENTES - Ébano Silva



CINCO HORAS INDIGENTES
Ébano Silva
3Junho 2007
Saia de mais uma prova, quando no portão do colégio lembrou-se que havia esquecido o celular com o fiscal de sala, ainda indignado com a parte especifica que falava de tantas coisas que nunca havia ouvido: pocilga de seqüestro, desensibilização de aves, carcaças de aves e outras referentes à pecuária e à vigilância sanitária. Voltando p o carro não encontrou a chave, fez o caminho andando vagarosamente esperançoso de que pudesse acha-la: uma, duas, quarenta minutos e não conseguia acreditar que a chave havia sumido. Sentou-se em frete ao estacionamento onde o carro estava, várias ligações a cobrar para os conhecidos, colegas, amigos, parentes e ninguém atendia, o porteiro do edifício percebeu que algo estava errado e se aproximou: - Tá precisando de alguma coisa?
Desceu com o nome do chaveiro e o telefone anotado em um pedaço de saco de pão, aproximando-se do quiosque percebeu que estava fechado, o celular tocou: - Onde você está, tô te esperando aqui na parada a mais de vinte minutos?! Como se tudo não bastasse esqueceu-se que o irmão estava de carona e havia combinado de pegá-lo quando a prova terminasse.
A situação ficou tão crítica que foi obrigada a irmã: - Tudo bem, eu vou esperar o meu marido voltar da caminhada e peço p ele levar o chaveiro até aí! Depois de uma hora de espera, o mundo das cinco horas indigentes começou a mostrar-lhe o outro lado da vida. O estômago roncando quando um casal de namorados passou comendo cachorro quente e aquele cheiro maravilhoso, do que não comia há anos: salsichas( Seria tão bom ter ao menos uma salsicha crua para acalmar a fome!).
Anoiteceu e a irmã não retornava a ligação. A sede lhe fez pensar em economizar a água do planeta, tantas pessoas na rua e ninguém para dar-lhe um copo d’água; dali em diante, todas as vezes que alguém batesse em seu portão iria levantar-se mesmo que estivesse deitada vendo televissão depois do almoço de domingo. Pensou nas pessoas que moram na rua e a certeza chegou-lhe: - Meu Deus! Basta perder a chave do carro, não ter crédito no celular e apenas cartões de crédito na carteira, num final de tarde de Domingo para saber o que é ser um, desses miseráveis que andam por aí estendidos nas calçadas floridas de Brasília. Os olhos ardiam com a sensação de vazio que interrogava-lhe a natureza humana e egoísta; sentia-se um indigente. Desceu algumas quadras de onde havia deixado o carro, todo o comércio estava fechado, se quer um cigarro havia para consola-lo. Salvo por um canivete q trazia na carteira, conseguiu abrir o porta-malas do carro; entrou, estava exausto, deitou-se no banco de trás sentindo-se um daqueles outros, que maltrapilhos andam carregando sua trouxa pela rodoviária.Um saco de balas que havia comprado p a sobrinha estava embaixo do banco, estava salvo depois de umas doze balas sentiu o estômago parar de gritar. Lembrava-se dos filmes de Mackaver, seria tão heróico para o ego, fazer uma ligação direta e depois contar para todos os amigos o que havia feito, mas eram apenas nos filmes, se quer a mixa improvisada ligava o carro.
Não havia mais nenhum candidato saindo da escola, quase ninguém na rua, ouvira todos os cds q gostava quando o telefone tocou: - Consegui um chaveiro, mas vai demorar um pouco, são sessenta quilômetros até aqui!
Desistiu de sua irreverência que sempre costumava levar tudo na esportiva e foi obrigado, ao que nunca conseguia fazer sem tomar banho: cochilou no banco de trás, ouvia seus cachorros latirem, famintos, amarrados a tarde inteira, sentia o travesseiro e o cheiro de amaciante das cobertas.
Depois de duas horas as pessoas apareceram, o homem retirou uma mixa da maleta e depois de uns oito minutos, estavam ali, brindando a chave perdida, no boteco copo sujo, que àquela hora foi o restaurante mais chique da cidade e matou-lhe a fome c um pf requentado. Era gente novamente, depois das cinco horas indigentes.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Um corpo ao vento... Marina Castro

Um corpo ao vento...
Marina Castro
maio 2007


O que senti vendo meu corpo se atirando do último andar de uma ilusão... não posso em palavras ou em lágrimas. Fiquei ali, vendo tudo que se passava em minhas nuvens de recordação, aquele sorriso que cresceu comigo, aquele cheiro de anjo que esteve comigo em forma de outros namorados de tantos outros, que foram ele o tempo todo, aquele carinho que me ofendia o atrevimento, o q a paixão quer, não são carinhos, são caricias e coisas impronunciavéis aos teus pensamentos maldosos, o que estas pensando que eu queria? Tolo o teu preconceito leitor! Eu queria apenas que esse querer não me ouvesse permitido a covardia, de subir calada, rumo ao fim de tudo que nunca começou ou terminou, eu ia pensando em tantas coisas que fizemos juntos, em pensamentos pretensiosos que só me fizeram pensar o tempo inteiro no meu anjo. Mas eu fui, degrau por degrau pensando em como se sentiriam os que me conhecem, os que são meus amigos, os que me viram em algum lugar, vendo o corpo estendido no chão, sem vida e as suas asas de poesia quebradas escorrendo aquilo do que o coração estava cheio. O céu vermelho olhou-me por uma das janelas do shopping como se me disesse que estava vigiando a intensão infernal de um coração que já não suportava tanto amor e ódio, eu já não me amava, descobri isso áquela manhã de sábado, quando perdi as horas, perdida em teclas e na virtual ignorância da saudade que não me polpou dos teus olhos de anjo infernizador da paz interior q me queimava de sensações vergonhosas p uma amizade tão sublime com a bondade daquele coração. Eu estava morta, vi os primeiros raios de sol, mas estava morta de sono, as olheiras rochas tentavam chamar minha atenção no espelho do banheiro, mas só viam aqueles olhos, havia ficado a noite inteira em cima do esborço de um livro que na verdade era eu resumida em palavras e desabafos.
Parei olhando para algumas pessoas que passeavam ali àquela hora apertei o corpo picado em pedaços daquelas de todas as poesias que eu havia rasgado e pensei:
Nada mais me segurara, nesse mundo maldito que se juntou com o calendário e trouxe quem estava morto em meu coração para a minha vida, a vida que não era mais minha, a vida toda era aquele corpo estendido, no silêncio do segredo, como esses que não contamos se quer para nós mesmos, em gritos álcoolizados de consciência arrependida por não ter lutado pelo amor que te deu vida ou por ter perdido tanto tempo tentando se convencer q amor existe mesmo e é verdade.
Orei para os anjos e para o que não merece ser citado nesse desabafo entreguei um pouco das tristezas que tentei esconder para que o coração não percebesse que eu estava morrendo por dentro e chorasse a falta do meu anjo, mas era tanto o amor que a voz interior convenceu-me a guardar pelo menos uma para aquelas horas em q a saudade estivesse torturando o ex-sonhador, o mudo cego coração, eu a pegaria com tanto carinho e como se tocasse teus lábios com os meus eu abraçaria a folha amarelada com o cheiro da tua imagem e perguntaria a minha falta de vergonha onde tu estaria aquela hora meu amor, o que estarias fazendo, estarias velho, chato, ou cheio de netos ao teu redor enchendo-te de abraços. Razão: razão é coisa que o cão inventou para pessoas covardes q tem medo do amor se desculparem c suas consciências desencorajadas, esses pobres seres que andam sozinhos pelo mundo feito eu caro leitor que estou aqui prestes a atirar mais uma alma perdida ao chão e penso agora em como será triste viver sem esse encanto que é tão meu e só a ti pertence meu amor. Mesmo que não me perdoes e negue-me até uma oração quando pensares que estarei ardendo no meu inferno de sensações infernais eu irei... irei atirar todos os pedacinhos de todas essas poesias que escrevi e olha-las morrerem junto comigo.

Marina Castro

segunda-feira, 28 de maio de 2007

DE QUE ARMA PARTIU O TIRO? - Ébano Silva



DE QUE ARMA PARTIU O TIRO?
Por: Ébano Silva
27052007

O que pensarmos quando a tragedia vira show, para algumas emissoras de televissão que nos induzem a irmos contra a polícia e procurarmos culpados pela morte de mais um inocente? Morto por policiais do Mato Grosso durante uma simulação, deixou família, vizinhos, amigos e todos os que assistiram ou ouviram comentários sobre àquela notícia, perplexos. A culpa que mais uma vez recairá sobre quem atirou, mas não é chegada a hora de nós perguntarmos se também não fomos culpados por aquele disparo mortal? Nosso sistema policial Brasileiro é falho, os policiais são mal remunerados e muitas vezes completam o orçamento com bicos vendendo drogas ou como segurança de algum traficante, no auge de sua fama.
Feridos pela tragédia, muitos não conseguirão ver de onde veio o tiro, o tiro veio da arma de quem não dá condições humanas de serviço aos que , muitas vezes vão para o trabalho com o colete a prova das ofensas, da sociedade que sempre culpa a polícia, mas quando a coisa aperta, eles sempre chamam a polícia, como se ainda acreditassem na mesma, muito mais que em papai-noel, na recuperação de menores infratores ou de expresidiários. Na manhã seguinte ao fato, quando todas as pessoas que passarem por um policial, dispararem o assassino olhar julgador, poucos irão entender que o culpado não foi quem trocou a munição por balas de verdade, ou quem colocou balas de verdade tomado por um surto de loucura ou estresse, os culpados são os mesmos que mandaram soltar seus cachorros, em cima daqueles estudantes, que tomaram as dependências da faculdade e armados com bandeiras e barracas de camping esperavam a chegada do batalhão de choque da polícia.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Sonho: irmão do ideal - Marina Castro



Seguir um sonho não é tão fácil o quanto seguir uma idéia. Você acorda cedo, escova os dentes, toma banho, veste a roupa, toma café, escova os dentes de novo, tudo pensando no sonho que te acordou e te deu coragem pra entrar no ônibus lotado de gente esquisita, que não tem o mesmo ideal que você. Você chega, senta no mesmo lugar que senta todas as vezes, as mesmas caras de sono, com os livros abertos e a cara fechada que não te da bom dia e fica te olhando sentar, acompanha todos os seus movimentos e você ali, como eles tentando espantar a vontade de dormir e se concentrar na leitura ou nos exercícios, mas você não é como eles, você segura a caneta, pensando em voltar pra casa, pra reencontrar sua cama e sente saudades até de lavar as malditas louça que ficaram na pia, sente vontade de sair pra passear com o cachorro nas primeiras horas da manhã e o mais imprecionante é que você sente tanta falta da sua vida, que agora é só um sonho que você persegue, que sente saudade até da sua vizinha te gritando na hora do almoço pra ir ajudá-la em algum dos milhares de favores que você sempre odiou fazer.
É hora do almoço, todos saem apressados, indo para suas casas ou indo procurar algum restaurante daqueles que você enche o prato de comida mal feita e paga pouco, mas você está ali, com aquele sonho que conversa contigo, durante algumas garfadas no miojo duro que você teve tempo de fazer antes de sair de casa, você sente vergonha porquê tem um grupo de patricinhas sentadas do seu lado te olhando com aqueles mesmos olhos, que você olhou a mulher que entrou no ônibus com a mesma ladainha: - Meus amigos, por favor conto com um pouco da sua atenção, tenho um filho doente, não tenho trabalho, eu podia estar roubando, eu podia estar matando, eu podia estar fazendo tantas coisas feias mas estou aqui, vendendo esses meuzinho pra comprar um remédio pro meu filho doente... Você olha pra elas e pensa: - Que nojo eu tenho de patys são todas iguais, a mesma cor de cabelo, a mesma escova perfeita, a mesma bolsa importada que daria pra comprar um fusca velha que me levaria até esse maldito lugar que já não aguento mais vir,então você enfia o dedo no nariz pra matar elas de raíva.
Já é hora do intervalo do período da tarde, e você ainda está no seu inferninho particular, cheio de criaturas que passam por você, como se você fosse um vazo de planta, você passa pelos mesmos professores que já te viram até durante quase um ano, você atira os olhos no chão pra ele não te perguntar com o silêncio daquele olhar de mestre: - Nossa aluna, você ainda está aqui até hoje? Mas o seu sonho que é o irmão ciamês do seu ideal te conforta e diz pra você: - Se eu não conseguir posso dar aulas algum dia, já sei tanto todo conteúdo, você sorri por dentro e vai ao banheiro feliz porquê se nada der certo você ainda tem a chance de virar um sofressor.
Na volta pra sala de estudos você acaba sendo humilhada por aquela besteira que o seu coração idiota te permitiu quando você se iludiu com quem nunca te olhou como pessoa, ele passa por você e te olha como se você fosse um papel amassado que jogaram ali e a servente esqueceu de pegar, ele esmaga você como uma formiga idiota que atravessou o caminha, você agora está triste porquê trocou um amigo por alguém que te odiara pelo resto de sua vida ou talves conte em alguma turma uma história sobre a louca aluno que o perseguiu insandecidamente, mas o seu sonho te conforma: - Eu já te avisei que você está aqui é pra estudar!
A manhã e a tarde acabaram com você, suas costas estão doente, o cérebro já não se importa se quer com o grito do seu estômago, você quer ir embora, mas ainda tem que assistir aula, o sonho conversa com o ideal pensando que você não está ouvindo eles combinam: - Temos que fazer alguma coisa por essa moça, faça ela sentir vontade de ser alguém! Você fica ali, naquele banco que já sentou tantas vezes fumando um atrás do outro pra se fazer esquecer da vontade de ir para casa, você lembra de Petropólis: Petropólis é tão maravilhosa que faz você esquecer de tudo, você anda pelas ruas verdes, volta pro hotel, toma um banho, liga a tv e disca para a recepção pedindo mas cobertores, ele te abraça e morde a sua orelha, você fica arrepiada, voc]ê aceita o convite e aqueles lençóis... registram tantas lembranças... Você entra na sala e no meio da aula o professor conta uma piada que você já ouviu várias vezes e mesmo assim ainda sorri junto com a turma, ele te olha no fundo da sala e você pensa: - Meu Deus, que vergonha ele já me viu aqui tantas vezes, deve pensar que sou uma burra, até hoje aqui e ainda não consegui passar.
Quando você volta pra casa entra uma mulher no ônibus: - Meus amigos, me dêem um minuto da sua atenção! Eu tenho cinco filhos, sou da Bahia e vim aqui pra Brasilha pra ganha um lote, ms meu marido me largou e tenho esse fio pequeno e mais quatro lá em casa, eu tenho um sonho, meu sonho é ter uma casa pra morar com meus fios, me ajudem comprando um desses doces...
Então você pensa: - Eu tenho sorte, porquê sou pobre mais o meu sonho me segura pela mão e o meu ideal me empurra da cama e tenho o que comer, tenho dinheiro pra pagar meus estudos e tenho uma casa precisando de reformas, mas graças a Deus não tenho que carregar meu filho numa noite fria e chuvosa pra conseguir vender uma caixa de jujubas.

domingo, 15 de abril de 2007

"Moleca dóida" - Mendigo olhos de anjo



Por: Marina Castro


A moça subia a trilha aberta no meio do gramado, perto da padaria, concentrada em seus pensamentos, foi acordada pela voz de um homem moreno, alto, pés descalços, roupas esfarrapadas e olhos da cor do céu, ficaram parados um olhando para cara do outro, ele com a mão estirada pedindo algumas moedas, ela com o velho trauma q sempre teve,desses pobres miséraveis filhos da desigualdade social q andam por aí, fantasiados de mendigos, garregando no fundo de seus corações sentimentos tão puros, q mesmo a esposa de algum Presidente não teria. Ametrondada, ela se afastou com medo que aquele homem enorme fizesse-lhe algo: - Tenho não, moço! - ele seguiu, repetindo coisas q não se podia entender muito bem, ela chegou na casa do namorado e lhe contou o q havia se passado, o rapaz sorriu e lhe explicou q aquele era o "moleca-dóida", um homem q tinha família e já havia sido policial, mas virou mendigo sabe-se lá porquê.Os dois desceram p ir na padaria e lá estava ele novamente, encostado perto do orelhão logo q os viu começou a repetir: - Moleca dóida, moleca dóida!! - o rapaz apertou-lhe a mão e deu-lhe algum vintem, impresionada, ela o olhava admirada com aqueles olhos tão azuis, sentiu pena de vê-lo no estado tão degradante q a vida lhe vestira.
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O OUTRO LADO DA MOEDA DA PAIXÃO



Por: Marina Castro

Uma manhã, quando estava indo para o trabalho parei em uma banca de revista para tomar cáfé e olhar alguns jornais, tentava acalmar o nervosismo de ter passado uma noite inteira sem dormir, sentei ,me perdi entre as primeiras páginas das q me atraíram, fiquei ali, na mesa, acompanhado por um copo de suco de acerola, segurando um jornal, na agradável companhia da minha bolsa, que nunca ouvira pensamentos tão tristes.
Eu, lamentava, eu ... q no início da maldita noite passada, me arrumei todo, tomei um banho apaixonado de perfume e sentei ali, em frente a maldita tela azul, esperando Marina, dar-me um sinal de vida; nunca senti o gosto da inveja na boca dos meus pensamentos, mas eu tinha q encontrar um idiota àquela hora da manhã, p sentar na minha mesa sem ser convidado e ainda ficar procurando assunto comigo: - O dia hoje está lindo, você não acha, companheiro? Sabe que hoje eu estou apaixonado? – Em que me interessava, naquelas seis
primeiras malditas horas, saber q um estranho estava apaixonado? - Olhei-o como quem lhe dizia: - Parabéns, espero que essa pessoa faça contigo, o que Marina fez comigo, ontem...
Ele continuou ali, comendo o seu pão de queijo, até seus movimentos para segurar a xícara de café, estavam apaixonados, delicado ele levava-a a boca como se estivesse segurando a mão da mulher amada, e’u ali, queimado vivo pelo gosto da inveja em minha boca, Marina era ingrata demais com o meu pobre coração bilhonário de esperanças tolas, sonhei tantos anos com aquele sorriso faceiro, que me acompanhou, até em outros beijos, que dei pela vida afora, pensando em seus lábios maduros de sedução, Marina era tudo pra mim...
Levantei-me antes de terminar o copo de suco, eu estava ferido por saber que aquele dia quando Marina acordasse, ainda estaria apaixonada como disse ao amigo no breve recado a torturar-me da tela cruel, ela estava apaixonada eu tentaria dali em diante me desapaixonar, mas logo naquele maldita manhã o destino apareceu
com seu humor negro, fez questão de me mostrar, que enquanto a dor levava minhas pernas até a empresa, ainda existiam pessoas que não havia sofrido o outro lado da moeda da paixão.

sábado, 31 de março de 2007

ROTINAS - Marina Castro



Por: Marina Castro


Tenho ido pensando em não ir, chego pensando em voltar, volto pensando em deixar de pensar essas, que me convencem à trancar-me dentro de mim, recolher-me às quatro paredes do meu paraíso secreto.
Estou cansado de sonhar, com o que não sei se ainda quero, estou cansado de anotar o que já copiei tantas vezes e se me pedissem, eu repetiria de cór. Aprendi a dividir com quem precisa, o que paguei caro e antes, não emprestava se quer por caridade, aos menos dotados de conhecimentos específicos, ou por pena, das suas mentes pobres de paciência, para a leitura, ou ainda aos deficientes gramaticais.
Estou cansado de ser, o que não sou mais, à minha vida, sinto saudade de coisas que nunca gostei de fazer, do tempo em que iamos ao supermercado, sem presa, comparando preços, escolhendo marcas, contando calorias; iamos ao shopping, sem medo de voltar com os bolsos vazios, depois que a velha mania alheia de vaidade, levasse-me tudo e o que não tinha.
Tenho procurado-me nos bares, sempre que viro a esquina das minhas amadas ruas, indo encontrar-me com outra alma sábia, que repetira tudo o que já sei, escreverá tudo como tenho em outras anotações, com giz branco ou colorido, o que não me fará muita diferença. Passo direto fingindo não ver minha mesa, de todas as vezes, por instantes, penso em descer um pouco, ir encontrar com o velho sorriso de sexta-feira ou final de tarde da capital do tédio, dos meus antros de conversas altas, fumaça e bandejas ido e voltando cheias de copos e garrafas, sobre as cabeças. Ah... se eu pudesse estar ali novamente... deixaria o meu cansaço, levar a mão ao copo, cheio de espuma amarela, como uma carícia, enchendo-me a alma de sonhos borbulhantes.
Não sou mais homem, para trair meus objetivos! Tornei-me um deles, que não veem nada de mais, em irem para uma aula de matemática ou lógica, em pleno sábado às seis e meis da manhã. Fui salvo, por uma lembrança, de um outro amanhecer recente : minhas pernas, levando-me para o isolamento, pregando-me na maldita cadeira, enfiada na mesa individual de estudos, o cérebro, perdido em devaneios da poesia ronaldiana,com a estupidez romântica, li poucos capítulos das páginas daquele livro que encontrei e distraiu-me em tantos intervalos, livrinho estranho, acho que a primeira edição do autor; agredi inspiração, emudeci pensamentos, cortaram relações comigo, indignados por aquela leitura . Meio tonto, continuei procurando a concentração, ameaçado pelos que passavam do outro lado da janela de vidro, armados com suas apostilas, códigos, marca-textos.
Sou um pobre homem cansado, até das minhas neuroses, trancado aqui em meu quarto, perdido em páginas e versos exemplificados, que são a própria tradução de certas criaturas que me ergueram a mão, tentando ajudar-me a não partir no oceano de águas concorrentes. Não devo procurar culpados, sou o único que carregara toda ela, até que passe ou sirva-me de exemplo pra outras batalhas, não consegui seguir, porque desviei o tiro da maldita bolinha preta com a minha falta de atenção, estou ferido na alma por tiros da minha própria caneta preta.

sexta-feira, 30 de março de 2007

É incorreto afirmar que eles não têm um sonho - Marina Castro



Por: Marina Castro

Outra manhã de domingo amanhece, na capital dos insuportavéis prepotentes que crêem cegamente na certeza de um cargo público. Lá vão eles, engarrafando o trânsito, lotando a entrada de mais um local de prova, passei por um grupo, com suas garrafinhas d'água e caneta preta na segurança da bolsa vazia e tão cheia de sonhos, fiquei me perguntando: - O que não deixa essa febre passar? Porquê tantos que sempre acordam tarde, desvirginavam suas pupilas com o sol de outra manhã de domingo? Excessivamente cheios de Direito, do Português que alguns mais desprevenidos de paixão pelas letras, já não aguentam mais, desde a primeira vez, que aquele maldito professor de português entrou na sala e despejou a gramática, ofendendo-lhe até o amor que todos guardam por aquela alma que entrou na turma e que nunca esquecemos, poupe-me dessas bajulações, já odiei alguns que negaram-me décimos ou um boa tarde. Continuei olhando-os seguirem para seus destinos incertos, imaginando o que sonham essas pessoas que vão aproveitar o domingo, sentados de cabeças enfiadas na maldita sagrada que ao final da tarde terá traçado sua felicidade, levado-os ao inferno das questões que ecoam na mente até a hora do gabarito.